In  memorium :   Angela
Sempre amada esposa.


As vezes me recrimino, pensando em você
e escrevendo, como se estivesse no
quarto ao lado, dormindo.

Como se estivesse viva, não é o fato.
Não sei se com isto estou transgredindo
alguma lei divina que desconheço.

Está força toma conta dos meus sentidos,
minha mão frenética sai rabiscando,
como se  meu cérebro estivesse em transe,
minhas letras ganham formas de poemas.

Eu triste e apaixonado acabo chorando.
Como transportado, em companhia do meu
zumbido, sigo numa direção como  que
perdido em minhas emoções.

Não quero me iludir nem ser iludido.
Pois sei que em função da morte.
houve nossa inevitável separação.

Sou frágil como uma folha,  levada
pela chuva forte de verão.
Não sei se vou rumo ao sul ou ao norte.

Mantenho meus pés firme no chão.
Sigo meu destino, mesmo você não estando aqui.
Te sinto minha de forma diferente.
Não consigo explicar, mais é tão forte,
que vou acreditando, que desta forma
continuo te amando.